Como a Nova Resolução da Receita Federal Impacta as Igrejas e seus Membros?

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A Receita Federal trouxe uma mudança importante para a fiscalização das transações financeiras no Brasil. Com a Instrução Normativa RFB nº 2.219/2024 , em vigor desde 1º de janeiro de 2025, as regras para monitoramento financeiro foram atualizadas, e isso afeta diretamente tanto pessoas físicas quanto jurídicas – incluindo igrejas e seus membros.

Vamos entender o que muda e como isso pode impactar as Igrejas.

O Que Diz a Nova Instrução?

Essa norma exige que bancos, operadoras de cartão de crédito e instituições de pagamento reportem à Receita Federal todas as transações financeiras que ultrapassem:

  • R$ 5.000 por mês para pessoas físicas;
  • R$ 15.000 por mês para pessoas jurídicas.

Essas informações devem ser enviadas mensalmente, com o objetivo de aumentar a transparência, combater a evasão fiscal e facilitar o trabalho da administração tributária.

Quais são as principais mudanças?

  1. Novos Declarantes : Agora, não só os bancos, mas também as operadoras de cartões de crédito e instituições de pagamento têm que informar dados financeiros.
  2. Aumento de Limites : Antes, o limite para reporte era de R$ 2.000 para pessoas físicas. Agora, é de R$ 5.000, tornando o controle mais amplo.
  3. Relatórios Mensais : Em vez de um envio anual, as informações precisam ser repassadas mensalmente, permitindo à receita um envio mais próximo e atualizado.

Impacto Direto nas Igrejas

As igrejas, embora sejam organizações sem fins lucrativos, precisam se adaptar às novas regras, que trazem desafios e oportunidades:

1. Maior Fiscalização

Com o monitoramento mais rigoroso, será essencial garantir que todas as entradas e saídas financeiras sejam registradas e documentadas de forma correta. Isso exige maior cuidado na administração financeira das compras.

2. Declarações Automáticas

Os dados coletados pela Receita poderão ser usados ​​na análise do imposto de renda de membros da igreja.

3. Preocupações com a Privacidade

Embora a Receita garanta que o sigilo bancário será suspenso, existe uma preocupação entre os membros das igrejas sobre como essas informações serão usadas e isso poderá abalar a confiança nas instituições religiosas.

Como as Igrejas Podem se Preparar?

  1. Transparência Financeira : Implementar práticas de contabilidade claras e garantir que todas as movimentações sejam documentadas.
  2. Capacitação de Líderes e Administradores : Treinar pastores e administradores para lidar com as novas critérios fiscais.
  3. Revisão de Processos : Avaliar como os recursos da igreja estão sendo movimentados e identificar áreas que precisam de melhorias.

A Instrução Normativa RFB nº 2.219/2024 é um marco na modernização da fiscalização no Brasil. Para as igrejas, isso significa um novo nível de responsabilidade. É hora de investir em práticas financeiras sólidas e garantir que as operações continuem a atender as comunidades com eficiência e legalidade.

Adaptar essas mudanças pode ser um desafio, mas também é uma oportunidade para fortalecer a gestão financeira e manter a confiança dos membros. Afinal, uma igreja transparente inspira ainda mais o compromisso com sua missão.

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